segunda-feira, 19 de agosto de 2013

A Tradição Viva

por Letícia

As características da cultura tradicional africana, suas múltiplas facetas, a oralidade, mitologia, religiosidade e formas de expressão. in Introdução à Cultura Africana. Lisboa: Edições 70, 1977



“A escrita é uma coisa, e o saber, outra. A escrita é a fotografia do saber, mas não o saber em si. O saber é uma luz que existe no homem. A herança de tudo aquilo que nossos ancestrais vieram a conhecer e que se encontra latente em tudo o que nos transmitiram, assim como o baobá já existe em potencial em sua semente."
Tierno Bokar 1
Quando falamos de tradição em relação à história africana, referimo-nos à tradição oral, e nenhuma tentativa de penetrar a história e o espírito dos povos africanos terá validade a menos que se apóie nessa herança de conhecimentos de toda espécie, pacientemente transmitidos de boca a ouvido, de mestre a discípulo, ao longo dos séculos. Essa herança ainda não se perdeu e reside na memória da última geração de grandes depositários, de quem se pode dizer são a memória viva da África.
Entre as nações modernas, onde a escrita tem precedência sobre a oralidade, onde o livro constitui o principal veículo da herança cultural, durante muito tempo julgou-se que povos sem escrita eram povos sem cultura. Felizmente, esse conceito infundado começou a desmoronar após as duas últimas guerras, graças ao notável trabalho realizado por alguns dos grandes etnólogos do mundo inteiro. Hoje, a ação inovadora e corajosa da Unesco levanta ainda um pouco mais o véu que cobre os tesouros do conhecimento transmitidos pela tradição oral, tesouros que pertencem ao patrimônio cultural de toda a humanidade.
Para alguns estudiosos, o problema todo se resume em saber se é possível conceder à oralidade a mesma confiança que se concede à escrita quando se trata do testemunho de fatos passados. No meu entender, não é esta a maneira correta de se colocar o problema. O testemunho, seja escrito ou oral, no fim não é mais que testemunho humano, e vale o que vale o homem.
Não faz a oralidade nascer a escrita, tanto no decorrer dos séculos como no próprio indivíduo? Os primeiros arquivos ou bibliotecas do mundo foram o cérebro dos homens. Antes de colocar seus pensamentos no papel, o escritor ou o estudioso mantém um diálogo secreto consigo mesmo. Antes de escrever um relato, o homem recorda os fatos tal como lhe foram narrados ou, no caso de experiência própria, tal como ele mesmo os narra.
Nada prova a priori que a escrita resulta em um relato da realidade mais fidedigno do que o testemunho oral transmitido de geração a geração. As crônicas das guerras modernas servem para mostrar que, como se diz, (na África), cada partido ou nação “enxerga o meio-dia da porta de sua casa" - através do prisma das paixões, da mentalidade particular, dos interesses ou, ainda, da avidez em justificar um ponto de vista. Além disso, os próprios documentos escritos nem sempre se mantiveram livres de falsificações ou alterações, intencionais ou não, ao passarem sucessivamente pelas mãos dos copistas - fenômeno que originou, entre outras, as controvérsias sobre as "Sagradas Escrituras". O que se encontra por detrás do testemunho, portanto, é o próprio valor do homem que faz o testemunho, o valor da cadeia de transmissão da qual ele faz parte, a fidedignidade das memórias individual e coletiva e o valor atribuído à verdade em uma determinada sociedade. Em suma: a ligação entre o homem e a palavra.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Índices e economia

INDICES: taxa de natalidade é de 18,87% e a taxa de mortalidade é de 18,42%. A esperança média de vida é de 49,3 anos. O valor do Índice do Desenvolvimento Humano é de 0,683 (2007) e o valor do Índice de Desenvolvimento ajustado ao Gênero (IDG) é de 0,678. Estima-se que em 2025 a população diminua para 35.109.000 habitantes, como consequência da expansão da epidemia de SIDA (AIDS).

ECONOMIA:A Economia da África consiste no comércio, na indústria, e nos recursos dos povos da África. A África é o continente mais pobre do mundo, onde estão quase dois terços dos portadores do vírus HIV do planeta, a continuidade dos conflitos armados, o avanço de epidemias e o agravamento da miséria põem em causa o seu desenvolvimento. Algumas nações alcançaram relativa estabilidade política, como é o caso da África do Sul, que possui sozinha um quinto do PIB de toda a África.A base econômica da África está na agricultura, na criação de gado e no extrativismo.

Música na cultura africana

A cultura musical africana tem grande importância mundial. Ritmos originários da África subsaariana, em particular no Oeste da África, foram transmitidos através do tráfego de escravos pelo Atlântico e resultaram em estilos musicais como o samba, blues, jazz, reggae, rap, e rock e roll

Lendas e Folclore na cultura africana

As lendas e folclores representam a variedade de facetas sociais da cultura africana. Como em quase todas as civilizações e culturas, mitos de inundação circulam em diferentes partes da África. Por exemplo, de acordo com um mito pigmeu, Chameleon escutou um barulho estranho em uma árvore, cortou seu tronco e então de dentro dela saiu água em uma grande inundação que se espalhou por todo o mundo. O primeiro casal humano emergiu com a água. 

Idiomas da cultura africana

 Pela maioria das estimativas, a África contém mais de 1.000 idiomas, a maioria de origem africana e alguns de origem européia. Existem quatro principais família lingüísticas na África: 
* Os idiomas afro-asiáticos são uma família de em torno de 240 línguas e 280 milhões de africanos.
* A família lingüística nilo-saariana consistem em mais de 100 idiomas falados por em torno de 30 milhões de pessoas principalmente no Chade, Etiópia, Quênia, Sudão, Uganda e Tanzânia.
* A família lingüística niger-congo cobre a maior parte da África subsaariana e é provavelmente a maior do mundo em termo de número de idiomas.
* As línguas khoisan compreendem em torno de 15 e são faladas por aproximadamente 120 mil pessoas no sudoeste da África.
Após o colonialismo europeu quase todos os países africanos adotaram idiomas oficiais de fora do continente, embora vários hoje em dia também usem línguas de origem nativa.

Artes na cultura africana

   A cultura africana tem uma rica tradição artística representada por uma variedade de entalhos em madeira, trabalhos em bronze e couro. As artes africanas incluem esculturas, pinturas, cerâmica, máscaras cerimoniais e vestimentas religiosas. A cultura africana sempre deu ênfase na aparência das pessoas, e as jóias, colares, braceletes e anéis permaneceram como um acessório pessoal importante. De maneira similar, máscaras são feitas com desenhos elaborados e constituem parte importante da cultura africana. Máscaras são usadas em uma variedade de cerimônias e rituais.

   Na maioria da arte tradicional da cultura africana certos temas são recorrentes, como um casal, mulher com criança, homem com arma ou animal, e um forasteiro. O casal raramente exibe intimidades e pode representar ancestrais e fundadores da comunidade. A mulher com a criança retrata o desejo intenso das africanas terem filhos. O tema também pode representar a Mãe Terra e as pessoas como sua criança. O homem com arma ou animal simboliza honra e poder. O forasteiro pode ser alguém de outra tribo ou outro país, sendo que quanto mais distorcido ele for maior tenderá a ser suas diferenças com a cultura que o retratou.

Cultura Africana

CULTURA:A cultura africana é caracterizada pela vasta diversidade de valores sociais, variando desde o patriarcado extremo até o matriarcado extremo, algumas vezes em tribos vizinhas. A cultura africana moderna é em grande parte constituída de respostas ao nacionalismo árabe e ao imperialismo europeu. Principalmente a partir dos anos 90 os africanos estão cada vez mais recuperando sua identidade cultural.
Grande parte das culturas africanas tradicionais foram empobrecidas como resultado de anos de negligência e supressão dos regimes coloniais. Existe agora um renascimento nas tentativas de redescobertas e valorização das culturas africanas tradicionais. Entretanto, em anos recentes, a cultura africana tradicional muitas vezes tem sido relacionada com a pobreza rural e agricultura de subsistência.
A cultura africana urbana moderna é associada a valores ocidentais, em grande contraste com a cultura africana urbana tradicional que era rica e invejada. Durante a idade média cidade africanas eram afluentes, cheias de universidades, bibliotecas e templos.